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A dor que dói mais.
domingo, 18 de abril de 2010

Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade. Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas. Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir pro aeroporto e ele pro dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter. Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando. Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.

(Martha Medeiros)



Pra ser sincera...
quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sabe quando uma coisa te pega de surpresa? Então, isso me aconteceu esses dias. Rezei pra cair uma resposta do céu, uma resposta não... uma maneira de me expressar. Até porque já tinha a resposta. Mas tem horas que é difícil ser totalmente sincera, só que ainda acho que essa é a melhor maneira de lhe dar com tudo. Sendo sincera. E para minha surpresa, e alegria, a reação da pessoa foi melhor do que eu esperava. Fiquei bastante feliz por ter optado em dizer a verdade. E fiquei imaginando se não tivesse tido coragem para isso. Enfim, ficou tudo bem e mais uma vez vi que a sinceridade é essencial, mesmo que você não tenha certeza de como tudo acabará.

"Ser sincero é cultuar a verdade, é fortalecer o caráter!"

(Samila Barbalho)



SAMILA BARBALHO
Como Tudo Deve Ser.


Porque também me acontece – como pode estar acontecendo a você que quem sabe me lê agora - de achar que tudo isso talvez não tenha a menor graça. (Caio Fernando Abreu)


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